segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mercado imobiliário carioca é o mais valorizado


O preço do imóvel no Rio foi o mais valorizado nos últimos 12 meses em relação às capitais brasileiras, mostra pesquisa divulgada no mês passado, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceira com o portal Zap Imóveis. No período, o mercado imobiliário carioca ficou 44% mais caro, enquanto São Paulo e Belo Horizonte tiveram alta de 26% nos preços de seus imóveis, e Fortaleza de 13%.
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Desde janeiro de 2008, o preço dos imóveis na capital do Rio já se valorizaram 113,2%. A alta acelerada no Rio leva muita gente a falar em bolha e possível explosão deste mercado, já que há de fato muitos investidores comprando apartamentos na cidade. No entanto, economistas dizem que, apesar de ser provável que esta alta se reverta, é difícil que aconteça um problema crônico como o ocorrido nos Estados Unidos que gerou a crise financeira internacional.
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"O Rio de Janeiro tem de fato uma oferta reprimida", afirma o economista da PUC do Rio, Luiz Roberto Cunha. "Assim como no país, há oferta de crédito até para os imóveis mais caros porque os bancos privados voltaram a financiar, há um investimento da prefeitura na cidade e a questão social das ocupações feitas pela polícia", analisa Cunha. "Mas é bom falar que este fenômeno não ocorre na cidade inteira e sim em áreas com maior demanda, como a Zona Sul e Barra da Tijuca. A alguns quilômetros dali, no Recreio, há apartamento sobrando", conclui.
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Cunha diz que é natural este aumento de preço quando muitas famílias passaram anos sem poder comprar e agora têm crédito para fazê-lo, e afirma que o sistema de crédito no Brasil é bem diferente do americano. "Lá, as pessoas utilizavam o refinanciamento para se endividar novamente. Com a alta dos juros, eles ficaram sem dinheiro para pagar os financiamentos. Além disso, havia um excesso de crédito na praça, o que parece não acontecer aqui."
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O economista da PUC ainda lembra que o caso da Zona Sul do Rio de Janeiro é atípico. "Em São Paulo, a oferta de áreas nobres é bem maior. Aqui está concentrada em, praticamente, dois, três bairros, o que os faz valorizar muito".
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Marcus Valpassos, da Galanto Consultoria, economista especializado em mercado imobiliário, concorda que a demanda aquecida, e as condições macroeconômicas são as responsáveis pela disparada dos preços e que fatores como a Copa e a Olimpíada, além das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), tornaram os imóveis na cidade ainda mais atrativa.
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No entanto, ele teme que, em breve, esta curva de alta se inverta. "Hoje o volume em estoque é bem menor do que o posto a venda. Quando isto se igualar ou inverter, teremos queda dos preços", prevê. "Nenhum investimento tem alta permanente. Todos enfrentam momentos de volatilidade e isto vai acontecer com o mercado imobiliário do Rio de Janeiro", acredita Valpassos. "Penso numa família que mora num apartamento no Leblon, que há três anos valia R$ 800 mil e hoje vale R$ 2 milhões. No dia em que ele começar a ler nos jornais que os preços se estabilizaram e que poderão cair, será que ele também não vai querer vender", reflete o consultor. "Além disso, é fato que os imóveis no Rio estão sobrevalorizados. Há casos de preço acima dos valores cobrados em Nova York. Isto vai se inverter um dia".
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O economista da Galanto argumenta que a renda da população não dobrou como os preços dos imóveis nos últimos três anos. "Isto pode causar alguma insolvência ou discrepância na hora de analisar se vende ou não o bem".
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Da Redação, original Valor Econômico. 

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