Estudo feito pelo Secovi-Rio aponta redução acentuada em bairros tradicionais, como Jardim Botânico, Leblon, Lagoa e Botafogo
Anderson Dezan, iG Rio de Janeiro | 25/05/2010 14:00
Falta de espaço para novas construções e uma economia estável, com
ampla oferta de crédito. Essas são algumas das razões para a elevada
valorização e consequente queda na oferta de imóveis para venda na zona
sul do Rio, segundo aponta um estudo feito pelo Sindicato da Habitação
(Secovi-Rio). De acordo com o levantamento, a redução mais acentuada foi
registrada no período entre junho de 2009 e março de 2010.
No bairro do Jardim Botânico, houve uma queda de 42% na oferta de
unidades para venda. O Leblon vem em segundo lugar, com redução de
35,5%, seguido da Lagoa, com diminuição de 34,5%, e Botafogo, com menos
24%. Para o gerente-geral de imóveis da administradora Apsa, Jean
Carvalho, a proximidade com eventos esportivos que o Rio irá sediar
também contribui para o aquecimento do mercado imobiliário carioca.
“Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a procura por imóveis na zona
sul aumentou e a oferta caiu. Aqueles imóveis que estavam disponíveis
para a venda foram negociados e os que entraram no mercado não supriram a
demanda”, avalia. “Os preços têm aumentado e quem possui apartamento
está segurando porque o preço vai melhorar. Vamos atingir um pico e,
logo depois, deve haver uma pequena acomodação. Próximo aos eventos
esportivos deve ocorrer uma nova valorização e, após, tudo irá se
estabilizar”, prevê.
Segundo o vice-presidente de assuntos condominiais do
Secovi-Rio, Leonardo Schneider, com o mercado aquecido, muitos têm
optado por imóveis como opção de investimento, ao invés das aplicações
financeiras tradicionais. É importante notar também que, este ano, as
principais aplicações financeiras não tem tido uma rentabilidade tão
grande. A Bovespa, por exemplo, caiu mais de 12% desde o início do ano. O
valor do metro quadrado mais caro da capital fluminense está nas praias
de Ipanema e Leblon: R$ 25 mil. Em São Conrado a média é de R$ 15 mil
e, no Jardim Botânico, R$ 7,5 mil.
“Há uma procura muito grande e diversas facilidades, como redução da
taxa de juros, financiamentos e prazos maiores”, diz. “A zona sul é uma
região que tem poucas opções de novos empreendimentos, ao contrário da
Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Há uma capacidade limitada de
crescimento. Essa demanda gera esse giro muito rápido”, completa
Schneider, informando que para locação existe fila de até três meses.
No sentido contrário da zona sul, o estudo feito pelo Secovi revela
que alguns bairros das zonas norte e oeste, como Irajá, Jacarepaguá e
Inhaúma, foram alguns dos que apresentaram maiores taxas de crescimento
na oferta para venda. No primeiro, esse acréscimo foi de 43,3%.
Jacarepaguá (33,8%) e Inhaúma (33,7%) vêm em seguida.
Segurança e outras regiões
A implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras também merece ser
observada. De acordo com o Jean Carvalho, as UPPs instaladas em algumas
favelas cariocas geraram uma valorização de 30% a 40% nos imóveis
localizados nos bairros onde ficam essas comunidades. Na zona sul, há
UPPs em Botafogo, Leme, Copacabana e Ipanema. “Com o advento da melhoria
na segurança, esses bairros começam a ter uma atratividade melhor.
Apartamentos que eram vendidos por R$ 100 mil saem hoje por R$ 180 mil”,
informa.
Essa tendência também é notada em bairros da zona norte da capital
fluminense. A Tijuca irá receber em breve a primeira UPP da região, no
Morro do Borel. Homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais
(Bope) estão na comunidade realizando ações para a implantação da
unidade pacificadora. “Na Tijuca, alguns valores subiram 30% em 40 dias,
ou seja, em dois meses, quando anunciaram a UPP no Borel”, diz Leonardo
Scheneider.
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