O crédito imobiliário cresceu substancialmente neste
ano e continuará se expandindo pelo menos até o primeiro trimestre de
2011, segundo o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian,
Luiz Rabi. Falta saber se continuarão atuando, com a mesma força, as
condições que têm favorecido os compradores de imóveis, como o aumento
da renda real e do poder de compra dos salários.
O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil, segundo reportagem
do jornal Valor, passou de R$ 90,2 bilhões, em 2005, para R$ 137
bilhões, em 2009, e está estimado em R$ 152 bilhões neste ano. Nas
mesmas datas, o volume de financiamentos aumentou de R$ 8,9 bilhões para
R$ 47,05 bilhões - e já atingiu R$ 47,69 bilhões até o início de
setembro, segundo dados do Sinduscon e da Caixa Econômica Federal (CEF).
Como notou Rabi, "diferentemente de outras modalidades, como o cartão
de crédito, o financiamento imobiliário trabalha com prazos muito
longos, de até 30 anos, e juros relativamente baixos, de 12% ao ano,
pontos que contribuem para estimular sua expansão futura". Além disso, a
inadimplência superior a 90 dias é de apenas 1,5%.
As projeções - grandiosas - da Fundação Getúlio Vargas e da consultoria
Ernst & Young indicam que 37 milhões de moradias deverão ser
construídas entre 2007 e 2030, uma média de 1,6 milhão por ano. Mais
novas famílias demandarão casa própria. O número de famílias deverá
crescer em razão do aumento da idade média da população - de 32,5 anos,
em 2017, para 36 anos, em 2030. Até 2017 o setor será estimulado pelas
famílias de baixa renda e, a seguir, pela classe média.
Não apenas as operações com lastro no FGTS, gerido pela CEF, cresceram,
mas também os empréstimos com base nas cadernetas, chegando perto das
400 mil unidades nos últimos quatro trimestres, 30% mais do que as 300
mil de 2009. A poupança já financia cerca de 40 mil imóveis por mês. A
CEF, que usa o FGTS e as cadernetas, financiou 5.340 imóveis por dia em
setembro.
As perspectivas são promissoras, mas poderão ser afetadas pelo aumento
da inflação e seus efeitos negativos sobre a renda e o poder aquisitivo
dos trabalhadores. Depois da fartura de crédito deste ano, talvez seja
necessário reduzir um pouco o ritmo, em 2011, o que favoreceria o
reequilíbrio fiscal. Um pequeno ajuste na demanda parece mais
recomendável do que induzir os mutuários à euforia e, depois, arriscar
um aumento da inadimplência.
Fonte: O Estado de S.Paulo www.estadao.com.br
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